Símbolo da luta contra a ditadura, Bonafini resistiu, aos 87 anos. Uma multidão surgiu para apoiá-la. 'As Madres não tiveram medo de Videla. Vão temer Macri?'
“Não fiquemos tristes, aflitos, calados ou quietos. A mobilização dos povos é o que liberta. As Madres seguiremos nesta posição irredutível, para que não continuem avançando sobre nós. Já fizeram demais em sete meses. Macri, basta.” Eram pouco mais de seis da tarde [de quinta-feira, 4/8] quando Hebe de Bonafini falou pela segunda vez no dia a uma multidão que a abraçava. Nas primeiras horas da manhã, o advogado da Associação Mães da Praça de Maio havia apresentado em documento diante do juiz Marcelo Martínez de Giorgi, antecipando que Hebe não se apresentaria à segunda convocação para depor, relacionada à organização Sonhos Compartilhados. Um aparato policial, inédito para executar a ordem de detenção de uma mulher de 87 anos, deslocou-se então para a Praça de Maio, na mesma hora em que, desde 1999, as Madres saem para sua ronda histórica. Não puderam cumprir a missão e a notícia começou a se difundir pelo mundo, ao ritmo de centenas de pessoas que confluíam à praça e em seguida, em caminhada, de volta à casa das Madres, a duas quadras do Congresso.
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