Agora são as OSs que batem a nossa porta.

Não bastasse a terceirização dos serviços públicos, os desmandos ambientais, a farra do urbanismo voltado a interesses duvidosos, a reorganização do sistema municipal de educação, entre outros agora, Caraguá agora assiste o fenômeno das Organizações Sociais.

Privatização, concessão, gestão compartilhada, Parceria Público Privada, terceirização, Organização Social. Essas são palavras, termos e adjetivos que invadem gradualmente nosso cotidiano e principalmente o aparato público e nós, povo, como sapos na água que esquenta aos poucos estamos a beira de ser tomado por tudo isso sem nos darmos conta do que está acontecendo.
Assim como comentei em artigo anterior (Proposta de pauta: Unificação dos mundos) no mesmo momento em que movimentos sociais pedem mais educação, segurança e saúde. Reivindicações essas legítimas e, para não dizer, seculares além da necessidade de melhorias em todos esses setores além de ampliação das políticas sociais, pouco a pouco tudo aquilo que fora construído (e mal construído) para dar respaldo a nossa existência com um mínimo de dignidade, vem sendo tomado por todos esses adjetivos acima citados.
Independente da unidade federativa, Estado, governo ou partido hegemônico observo que todos, sem nenhuma exceção, vêm tomando posturas semelhantes quanto à gestão do aparato publico e em Caraguatatuba não poderia ser diferente. Conforme noticiado no veículo Expressão Caiçara de fevereiro (edição 1168) “Organização Social João Marchesi passa a administrar setores da saúde a partir do dia 20”. Segundo noticiado no informativo a OS passa a tomar conta de aparelhos como SAMU, UPA, USF e CAPES outrora administrado pelo Instituto Corpore.
Podemos, a partir desse informe, questionar sobre a idoneidade da instituição, a qualidade dos serviços prestados, o custo benefício disso tudo à população, entre tantas outras cosas, mas tudo isso só vale para tirar o foco do que realmente importa: Terceirização e Privatização além, é claro, de nos amortecer em questões menores sem que percebamos o alastramento dessa política que se torna vigente e hegemônica.
Na tarde dessa terça feira, ao interpelar a Secretária Municipal de Educação quanto ao processo de reorganização das escolas municipais, apesar da cortesia e educação a qual fui recebido, a única explicação que obtive foram números, questões burocráticas, ineficiência do estatal, etc e não se ouve palavras como políticas educacionais adequadas, ações positivas para qualidade, etc. apenas números, gráficos e burocracias como se a vida não passasse disso... Números, ou melhor, cifrões.
Essa é a justificativa que teremos a tudo nesse processo de privatização do tudo. Olhando para a notícia das OSs e vivendo o processo de reorganização do sistema educacional do município fica impossível não lembrar do Estado de Goiás e suas OSs na Educação ou a tentativa alucinada de desmoralizar nossa Petrobras para depois picá-la e...
Até quando Companheiros? como disse o estadista e autor alemão Johann Goethe  “Quem, de três milênios, não é capaz de se dar conta, vive na ignorância, na sombra, à mercê dos dias, do tempo.”  Até quando companheiros, esses nossos duzentos milhões de irmãos brasileiros assistirão deitados em berço esplêndido assistirão o acender da luz do velho mundo em nosso solo sem se incomodar. Vendo a deterioração da vida e do próprio significado dela, ou seja, deixando se transformar de pessoas à mercadoria?
Parece exagero essa minha crítica apenas por ter lido a chegada das OSs em nosso município, mas vejo isso como presságio do apocalipse. Sinto o cheiro da tragédia presente e futura sendo construído, não na tela da TV ou na critica de um companheiro em meu e-mail mas bem de baixo de meu nariz. O que assistimos companheiros, é a concretização de messiânicas profecias marxistas de ver o capital subjugando o Estado e nós, pobres, servindo como carne para matar a fome da burguesia.
Nossa militância, que por vezes parece sem efeito, aguerrida e atuante nesse mundo, os barões governando lá no outro mundo enquanto o povo heróico aguarda o sopro forte do neoliberalismo varrer de vez nossa voz, nossa força e, por fim, nossa dignidade.
Todos sabem, principalmente os companheiros do POR ou PSTU que não sou revolucionário mas... também não sou isso que vejo.
Sou PT da luta, do povo, do social, mas cada dia mais cansado de assistir as lutas...
Concluo essa notícia, que virou artigo e depois passou a ser uma crítica ou... outocritica com uma letra de música.

A igualdade social é só em conto de fadas. Felicidade é só em sonho, só em mágica. 
Acredito na palavra ou na metralhadora
Revolução verbal ou aterrorizadora.
Vamos queimar constituição com coquetel molotov
Carro bomba no congresso, tic-tac explode
Suplicar pro gambé derrubando sua porta não bater na sua mulher, não atirar nas suas costas
Até quando comer resto, lavar banheiro. Abrir o boy no meio na ilusão de dinheiro
Ser exterminado como judeus em Auschwitz
Mostrar pra globo o que é viver no limite. 
A custa Atlanta Queimando na sua frente
A SS agora veste o cinza da PM
De braço cruzado é só miolo espalhado no chão
Discurso ou revólver...
Tá na hora da revolução

Fizeram da sua rua filial do Vietnã
Deram rifles pras crianças, estupraram sua irmã
Exilaram na favela o cidadão na teoria
Oprimido, censurado no país da democracia. 
Te dão crack, fuzil. Cachaça no boteco
Esse é o campo de concentração moderno
Hitler, FHC, capitão do mato, bacharel em carnificina, mestrado em holocausto.
Chega de bater palma tomando tiro, facada
De prato vazio, vendo o boy suar na sauna
O sistema te quer no viaduto com água na boca com a garrafa cortada na mão esperando a Kombi trazer sopa ou no chiqueiro do navio negreiro consertar a porta. Morto pelo senhor do engenho com farda e pistola
Que só em cabeça de pobre descarrega sua munição, 
Discurso ou revólver
Tá na hora da revolução
Prevejo o mercado saqueado, bala de borracha, escudo do choque tomando pedrada.
Guerra civil em praça pública, socorro. Professor com sangue no rosto, mordida de cachorro.
Sem teto, sem terra, sem perspectiva, sem estudo, sem emprego, sem comida.
O pavio da dinamite ta aceso. Qual será o preço pra eu ter os meus direitos.
Seqüestrar, atirar, queimar pneu na avenida, invadir a fazenda improdutiva.
Só jogamos ovo por isso nada mudou
Quem sabe o presidente na mira do atirador
Em são paulo 35 por dia chega
Tolerância zero, ou cavar trincheira, 
Serial killer do planalto continua em ação
Discurso ou revólver ta na hora da revolução

A favor do inimigo repressão desinformação, 
O domínio dos dois caminhos pra revolução. 
Caminho um a voz do povo aqui não é a voz de Deus,
Se tua casa é de caixote de feira problema seu
Tanto faz sua filha no motel ganhando trocado, tanto faz seu filho com a doze matando vigia no assalto. 
Se vier pro asfalto fazer passeata, 
Aí o PM te mata, te faz engolir bandeira e faixa

Caminho dois desconhecendo cenário político, 
Onde jogar Granada, quem é o nosso inimigo.
Entendeu por que não tem escola pra você
Toma UZI e me diz quem tem que morrer
Não adianta ser milhões se não somos um,
Ação coletiva, objetivo comum,
Discurso ou revólver não interessa a opção sem união é impossível a revolução


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