Para desviar o foco: Crise

Os números contradizem as manchetes e a crise política parece ser artifício para desviar a atenção para os desmandos com recursos público

Acompanho, desde 2013, os repasses de recursos do FUNDEB - FNDO MANUT DES EDUC BASICA E VLRIZ PROF EDUC e sua aplicação no município que resido. Explico, estou no segundo mandato dentro do conselho e faz parte de minhas obrigações fazer essa análise, esse acompanhamento.
Tenho como habito registrar os repasses mensais a cidade e os efetivos gastos apresentados pelo município e justamente a leitura desses registro me trazem cotidianamente um embaraço nos pensamentos visto que observo cotidianamente nas TVs e jornais que o Governo Federal está cortando investimentos em Educação – fato esse que se real seria, ao meu ver, um retrocesso inaceitável – mas os números apontam justamente o contrário.
Estaria eu equivocado em minha consulta junto ao Banco do Brasil – canal pelo qual passam todos os recursos destinados ao município – ou existe uma má fé dos noticiários?
Vamos as notícias x números
Exame (30/07/2015): Governo corta R$1 bi em Educação e quase R$1,2 bi em Saúde
UOL/Estadão: Educação perde R$ 10,5 bi em 2015
em.com.br (09/01/2015): Educação é a pasta mais afetada pelo corte de verba determinado por Dilma
Bom dia Brasil (09/01/2015): Educação é o ministério que mais perde com cortes do governo
Todos pela educação – Artigo Alexandre Garcia (28/09/2015) : Educação brasileira sofre com corte de gastos do governo
Folha de São Paulo (19/02/2016): Governo corta R$ 23,4 bilhões no Orçamento e vê retração maior do PIB
Extrato de repasses: Até o mês de julho (mês 07, data da notícia) o município havia recebido, segundo o Banco do Brasil e a própria Prefeitura um total de 42.155.446,16 enquanto no mesmo período de 2014 o total de repasse atingiram, 37.568.309,01. É claro então que não houve redução nos repasses mas poderíamos então pensar que isso seria sentido no fechamento do ano com as contas já encerradas. Se fizermos uma rápida análise observaremos então que ao contrário do que noticiaram Exame, UOL, Estadão, Folha de São Paulo, Globo, etc os repasses 2015 ultrapassaram os 10% de aumento tendo 2015 registrado um montante de  R$ 70.680.838,50 contra  R$ 63.125.847,03 de 2014.
Poderíamos então imaginar que essas medidas passariam a ter efeito em 2016. Ano que alardeavam os maiores exotéricos e videntes da economia e da comunicação social haveria um apocalipse brasuca. Porém, se olharmos os números o que observamos é que no máximo os meios de comunicação que tanto praguejaram contra a educação no máximo estão fazendo uma capacitação para tablóide policial pois os dois primeiros meses de 2016 já apresentaram, como eu esperava, mais aumento nos repasses com janeiro registrando R$ 8.508.466,74 e fevereiro R$ 5.564.734,09.
Para não perder a linha de raciocínio, vamos fazer rapidamente uma comparação de 2013 até o dia de hoje
                              2013                        2014                      2015                     2016
Janeiro       R$ 6.396.993,60 / R$ 7.204.084,87 / R$ 7.716.952,86 / R$ 8.508.466,74
Fevereiro    R$ 5.018.553,56 / R$ 5.479.092,50 / R$ 4.898.952,07 / R$ 5.564.734,09
Vendo isso passa pela minha cabeça “...Será que todo esse cenário de crise política não seria uma forma de, entre outra tantas coisas, ocultar a má gestão, para não dizer farra, de Estados e Municípios com nosso dinheiro?” Solicito ao leitor que não tenha convicção de nada mas que ao passar por uma escola observe as placas que indicam que aquela unidade está sendo reformada, leia o valor empregado e o que diz a placa que está sendo feito. Abra o foco de sua visão e tente enxergar se o que diz a placa é o que se pode observar e se o valor escrito condiz com o que se observa.

Grato
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