Tomado de assalto por uma série de agressões de detentos a
servidores da Secretaria da Administração Penitenciária, o Sistema Prisional
Paulista encerra a semana em estado de atenção.
Por meio de dados não oficiais, obtidos por meio de conversa de
companheiros de trabalho de outras unidades prisionais, observamos contínuos e
crescentes casos de agressões a servidores do Estado em seu ambiente de
trabalho. Já possuímos informações sobre companheiros gravemente feridos no CDP
de São Bernardo do Campo, CDP II de Guarulhos, em Franco da Rocha I e II,
Marey, Penitenciária de Casa Branca, entre outras que não param de chegar.
Temos um quadro de companheiros que sofreram desde escoriações
leves até lesões e fraturas sérias que exigem maior atenção. A maior parte dos
servidores se demonstram solidários aos companheiros feridos em trabalho e se
colocam em prontidão para outras cenas de terror como as já ocorridas dentro e
fora das cadeias. Fato este que coloca o sistema prisional, mais uma vez, a
beira do colapso e detentos e funcionários em pé de guerra.
É notório que situações internas dos presídios, quando chegam a
esse ponto, acabam por refletir nas ruas e, não devemos nos esquecer jamais,
essas ruas podem ser de nossa cidade, bairro ou até mesmo arrua de nossa casa
ou a que dá acesso a escola de nossos filhos.
Toda essa tensão que se inicia coincide com a aproximação do
prazo para liberação de um dos criminosos mais conhecidos do Brasil, Marco
Willians Herbas Camacho, o Marcola -traficante e líder da facção criminosa
PCC além da transferência de outras lideranças dessa facção criminosa para o
RDD – Regime Disciplinar Diferenciado bem como as recentes declarações de
políticos referente a possíveis negociações entre o Governo do Estado com a
referida facção criminosa.
Esses fatos juntos trazem a tona não apena o caos que vive a
população paulista quanto a segurança, mas também as condições que estão
expostos os servidores do sistema prisional que vivem em um ambiente de
trabalho altamente degradante são também obrigados a ser posto como refém entre
bandidos de terno e bandidos de bege (cor do uniforme dos detentos nos
presídios paulista).
Em meio a isso tudo há de se destacar que assim como em outros
aparatos públicos, o sistema prisional enfrenta nesse momento um extrema falta
de funcionários – o que coloca em risco a segurança não apenas dos
trabalhadores, mas de toda a sociedade – a pressão da burocracia local para que
os servidores assumam mais de um posto de trabalho – que além de inviável é
ilegal – a perspectiva de atingir o terceiro ano consecutivo sem reposição da
inflação nos salários, a quase impossibilidade de se gozar de licença saúde em
caso de doenças ou acidente de trabalho além da falta de infra estrutura mínima
e condições sanitárias para o exercício do labor.
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