De volta ao sistema colonial.

Por: Rogério Grossi de Britto (21/06/2016)


Quando funcionário de uma instituição de ensino no interior paulista me lembro de ouvir de um companheiro de militância um breve comentário sobre a importância de uma Instituição de Ensino Superior na cidade.


Obviamente o discurso teve como início a questão do acesso dos cidadãos a educação superior que, apesar de particular, já era um passo visto que quebrava a barreira da distancia entre população e Universidade. Esse fato foi, de certa forma, comprovado com o passar do tempo e a adoção de medidas que facilitavam o acesso a educação privada visto que a Instituição, que em 2000 contava com 600 alunos passou a contar com mais de 3500 em 2010. Outro item apontado era a elevação da capacidade do município em proporcionar trabalhadores qualificados ampliando assim o leque de oportunidade para o arranjo local. Fato também comprovado visto a crescente das indústrias de tecnologia. Mais um dos fatos que hoje rememoro foi a frase “mantém e gera divisas”. Simples, uma universidade no município manteria os jovens no município além de atrair outros tantos de fora. Manter a população local no... local faz com que a riqueza gerada permaneça e seja empregada no município e os novos cidadão, atraídos pela universidade, trariam dinheiro novo, não gerados no município, o que, segundo esse meu companheiro, oxigenaria a economia e geraria mais e melhores postos de trabalho.

Verdade seja dita... ele tinha muita razão. O município experimentou uma gradual e expressiva elevação de seus indicadores sociais e econômicos. Emprego e renda se elevaram e, conseqüentemente a condição de bem estar da população.

Logicamente apenas uma universidade não teria a capacidade de, sozinha, realizar todas essas transformações mas, por felicidade nesse mesmo período houve, além de outras coisas, a construção de políticas públicas que alavancaram a inversão da matriz econômica e colocando nas mãos do trabalhador a capacidade de sustentar a economia.

Os tempos mudaram e o país vive um momento desfavorável. Em tempos de crise mundial do capitalismo quem vem pagando a conta é o pobre, o trabalhador e isso, é claro, reflete diretamente em todas as cidades do país, inclusive a de onde vim.

Mas, não há nada que está ruim que não possa piorar e, não bastasse o momento ruim em que vivemos li hoje nos jornais uma ação do congresso nacional que me tirou o chão por me apontar um futuro nada promissor seja para o ao arranjo produtivo local, de cada local é claro, e Mara o trabalhador pois a Câmara aprova 100% de capital estrangeiro em empresas aéreas.

É claro que, a princípio, essa medida é apenas para as companhias aéreas, que já é ruim, mas certamente essa será, visto que o governo interino vem governando para o capital, que essa será replicada a todos os seguimentos. É apenas questão de tempo.

Por 199 votos contra 71, os deputados aprovaram hoje (21) uma emenda à Medida Provisória do Setor Aéreo (MP 714/16) que permite que empresas estrangeiras possam ter total controle do capital de companhias aéreas no Brasil. O texto original, que restringia a possibilidade de controle em até 49%, e um projeto de lei de conversão, que foi aprovado pouco antes da emenda, já ampliavam a participação para 51% do capital. Atualmente, esta participação era limitada a 20%.

No comando, o deputado Fernando Giacobo (PR-PR) encerrou a sessão na Câmara, convocando uma extraordinária para que o plenário continuasse apreciando destaques, que foram apresentados ao texto.

Polêmica, a medida divide posições na Câmara. Legendas como PT, PDT e Psol alertam que esta ampliação do capital pode prejudicar o setor de aviação regional. O PT, porém, venceu uma batalha ontem quando, por acordo, conseguiu retirar do texto o trecho que extinguia o Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero), cobrado nas tarifas aeroportuárias dos passageiros e enviado para o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), ainda na noite de ontem (20).


Com o resultado em turno único de votação, a medida provisória segue para a apreciação do Senado quando estiver concluída na Câmara.
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