Assim como Aécio, Cunha e Temer, que protagonizam um esplêndido fracasso pós
Golpe dado suas idéias e políticas de retrocesso e o conseqüente resultado
desastroso dessas na vida dos cidadãos e, ao mesmo tempo, conseguem o que
nenhum órgão, entidade, sindicato ou partido conseguiram nos últimos vinte anos,
que é a união dos diversos segmentos da esquerda nacional, o governador do
Estado de São Paulo parece ter xerocado o receituário e promove, em meio a um
desmonte do Estado, a reorganização de movimentos sociais e trabalhadores em
praticamente todos os municípios.
O avanço das políticas conservadoras em momento de crise dói no cotidiano
do cidadão comum e traz a tona à necessidade da organização e superação das
diferenças.
Em Caraguatatuba, mesmo com suas características conservadoras, não
poderia ser diferente e, não apenas a organização, mas o exponencial
crescimento dos movimentos de defesa dos direitos do cidadão salta aos olhos e
na rebeldia da juventude secundarista, movimentos sociais e trabalhadores se encorajam
e se articulam em uma frente ampla e única.
Vimos, após a ocupação do colégio Colônia dos Pescadores, a movimentação
das lideranças combativas do município que há muito andavam sozinhas e
desarticuladas. Representantes de classes trabalhadoras, sindicatos, grupos
sociais e estudantes vem dialogando, promovendo encontros e cursos e se organizando.
Apenas nesse mês observamos a participação de diversas entidades nas manifestações dos servidores de
São Sebastião, greves de servidores públicos e privados no Litoral Norte, a
formação de grêmios estudantis, a criação da União Municipal dos Estudantes
Secundaristas (UMES), entre outros e, assim como o leite que ao fogo inicia fervura,
penso que estamos prestes a assistir a ebulição dos cidadãos que não aceitam e,
por tanto, não se enquadrarão na forma das políticas conservadoras de arrocho e
quebra de direitos e transbordarão, sem a possibilidade de contenção. Quem sabe
dessa forma também poderemos assistir, em fim, nossos representantes sentirem
que seus “poderes” foram emprestados por nós e não fazem frente a nossa força
e, quem sabe, no transbordo que apaga a chama da opressão acenda em nós a luz
da consciência.
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