O temível Temer golpeia os direitos dos trabalhadores e articula a entrega do pré-sal

“Por trás das declarações de Temer-Parente, escondem-se a lógica da submissão ao imperialismo”, afirma Eduardo Henrique, suplente da Direção Executiva da FNP

Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP

A pretexto de garantir a governabilidade e evitar o caos sistêmico, a classe do privilégio está conseguindo impor o que lhe interessa: a manutenção inalterável da lógica acumuladora do capital. Para tal, na última terça-feira (24/5), o presidente interino do Brasil, Michel Temer anunciou fim do Fundo Soberano e abertura do pré-sal. Com isso, dá continuidade ao processo de violação dos direitos dos trabalhadores e do desmonte da Petrobrás.

Violação dos direitos porque o que se vê em andamento é a prática de medidas econômicas que objetivam retirar os direitos trabalhistas, modificando a CLT e entregando estatais aos estrangeiros. O Fundo Soberano, por exemplo, foi uma reserva criada em 2008 com “sobras de caixa” do governo, mesmo após pagar os juros da dívida. Na criação, o fundo tinha R$ 14,25 bilhões.

A ideia era engordá-lo também com o dinheiro ganho com a exploração do pré-sal. O fundo foi criado, originalmente, para garantir uma poupança contra crises, financiar empresas brasileiras fora do país e conter a queda do dólar. Mas, acabou sendo usado, várias vezes, para fechar as contas do governo.

Agora, o governo ilegítimo de Temer dá continuidade, a passos largos, ao processo de privatização dos patrimônios brasileiros. Utilizando as mesmas práticas do passado, instauraram uma crise política e econômica na Petrobrás e criaram uma articulação nada nova, já vista antes contra Vargas, Jango, Juscelino Kutischek, com a mesma narrativa moralista do combate à corrupção e salvar a democracia (a deles é claro).

Para isso, violam os direitos trabalhistas dos petroleiros e sucateiam a empresa, apoiados pela imprensa empresarial que foi o braço estendido das forças mais conservadores e reacionárias de nossa história, aliados à jornalistas que se prestam à distorção, à difamação e diretamente à difusão de mentiras. Uma lógica, onde praticamente vale tudo, até satanizar a Petrobrás para vender os seus ativos a preço de banana.
Para garantir sucesso nessa empreitada perversa se criou uma articulação que envolve grandes bancos, a FIESP, a MP, a PF e setores do judiciário. Como resultado dessas manobras, a classe do privilégio está prestes a colher frutos das mentiras plantadas na sociedade. A prova disso é a declaração de Temer da abertura do pré-sal para os estrangeiros.

Mas, Eduardo Henrique, suplente da Direção Executiva da FNP, lembra que não há nada de novo na entrega do pré-sal para as multinacionais, iniciada por FHC, continuada por Lula e Dilma. “Essa abertura já foi mais do que concretizada na continuidade dos leilões, em especial, o leilão de Libra, durante o governo Dilma”, disse.

O atual processo de desmantelamento da Petrobrás visa, ainda, executar um dos projetos de poder dos setores conservadores do Brasil, já em prática, que é a modificação na Lei de Partilha, negociada por Dilma, Serra e Renan nos últimos momentos antes do impeachment. Para Eduardo Henrique, o processo de desmonte da Petrobrás será ainda mais aprofundado com Temer e Parente, “visando o fim da Petrobrás como operadora única e sua participação de 30%”.

“Por trás das declarações de Temer-Parente, escondem-se a lógica da submissão ao imperialismo, assim como na administração Dilma-Bendine, que nos trouxe à atual situação: exploração do pré-sal à toque de caixa, exportação de óleo cru e tudo isso para cumprir o pagamento da dívida pública, em detrimento dos interesses e necessidades do povo”, avaliou.

A FNP, de acordo com Eduardo, é contra a qualquer mudança na lei que privilegie os interesses estrangeiros. “ A solução seria voltar ao monopólio e a reestatização da Petrobrás”, afirmou.

Fonte: FNP
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